terça-feira, 17 de maio de 2011

Ligações falsas prejudicam atendimentos do Copom, Bombeiros e Samu

Número de trotes é considerado alto; somente no Copom, eles correspondem a 60% das ligações

Wellington Santos

O Centro Integrado de Operações da Secretaria de Estado da Defesa Social (Ciods) recebe, em média, 10 mil ligações por dia. O órgão é ligado à Central de Operações da Polícia Militar (Copom) pelo telefone 190, ao Corpo de Bombeiros, pelo 193, e ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), pelo 192. Entre um órgão e outro, as ocorrências e denúncias variam entre furtos, assaltos, pedidos de socorros para vítimas de acidentes, crimes e outros.  

O serviço, que tem a atribuição de prestar assistência a cerca de 1 milhão e cem mil habitantes - população de Maceió e da Região Metropolitana -, tem um desafio permamente: diminuir o número de trotes que, somente no Copom, corresponde a 60% das ligações. 

“Quarenta por cento das ligações para o Corpo de Bombeiros e vinte por cento das ligações para o Samu também são trotes”, completa o major Luiz Santana, chefe do Ciods. 

De acordo Santana,  cerca de 30 atendentes – entre policiais militares, civis e jovens entre 18 e 24 anos do programa 1º Emprego – revezam-se em turnos de 6 e 12 horas para garantir o atendimento à população. Além de dificultar o trabalho da corporação, as falsas chamadas também acabam prejudicando os usuários do serviço. 

“O elevado número de trotes dificulta a atuação da polícia como um todo e prejudica, principalmente, a população. No momento em que uma guarnição é deslocada para atender a um chamado falso, outro cidadão pode estar realmente precisando de apoio policial, dos bombeiros ou do Samu”, reforçou.

Ele aponta que a maioria das ocorrências de trote tem sido identificada em horário de intervalo escolar, principalmente no período da manhã, entre 11h30 e 12h30. “Para essa prática, tanto são usados telefones públicos quanto celulares. Quando é um trote óbvio, a gente já evita naturalmente acionar as equipes. O problema é quando as pessoas simulam uma situação real”, lamenta Santana.  

“Já cheguei a contabilizar mais de cem boletins de ocorrência em um único sábado, todos oriundos de chamados reais”, revela o jovem Tiago dos Reis, um dos atendentes da central de telefones (call center) do Ciods, ao dar a dimensão do grande número de ligações/ dia recebidas pelo órgão. 

Como forma de otimizar o serviço de atendimento ao cidadão e diminuir o número de trotes, em aproximadamente dois meses o Ciods deverá aperfeiçoar o sistema de atendimento, ação fruto de uma parceria entre o governo do Estado e o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). 

“A Lei Delegada publicada pelo governador recentemente contemplou a secretaria com uma melhor estrutura e, consequentemente, o próprio Ciods, que deverá ter um contingente maior de pessoas na administração, inclusive com órgãos como o Samu e o Centro de Perícias Forenses (Cpfor)”, informa o major Santana.