domingo, 22 de maio de 2011

Governo inaugura acesso rodoviário de Cajueiro

No aniversário do município, Estado entrega recuperação de trecho da AL-210


Acássia Deliê
Foto: Neno Canuto

Governo recuperou trecho da AL-210 na entrada de Cajueiro
Sem buracos, sem lama, sem poeira. Mais uma ação do Governo do Estado traz benefícios para os alagoanos, desta vez no município de Cajueiro, localizado na Zona da Mata de Alagoas. O novo acesso rodoviário do município foi inaugurado na manhã deste sábado (21), com 3 km de pavimentação concluídos pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

“A gente ficava com medo de tropeçar nas pedras. Os carros atravessavam com muita dificuldade, balançando muito por causa dos buracos. Agora, a avenida está bem asfaltada, a gente pode fazer caminhada e até usar salto alto sem medo de cair”, comemorou a lavadeira Quitéria Correia Barbosa, 37.

Assim como Quitéria, dezenas de moradores estiveram presentes à inauguração do novo acesso rodoviário de Cajueiro, que liga o entroncamento da rodovia AL-210 ao centro do município.

Para o diretor-presidente do DER, Marco Vital, a sensação é de dever cumprido. “Parabenizo a cidade por mais essa conquista, que é resultado de um trabalho feito com esforço e comprometimento. Mais uma vez, o DER e a Seinfra estão cumprindo seu dever com o município, ao entregar uma obra que permitirá, entre outras coisas, o escoamento da produção local”, declarou.

“Nosso trabalho é fruto de uma importante parceria com municípios e secretarias. Em Alagoas, diversas obras de recuperação e construção de estrada estão sendo realizadas, por meio do competente trabalho desenvolvido pelo DER, junto à Secretaria da Infraestrutura”, declarou o governador do Estado Teotonio Vilela Filho.

O prefeito de Cajueiro, Palmery Neto, agradeceu o apoio do Governo na concretização das obras no município. “O governador Teotonio Vilela sempre atendeu nossos pleitos. É com muito orgulho que hoje, dia em que comemoramos 53 anos de emancipação de Cajueiro, inauguramos mais uma obra importante para a população”, enfatizou.

O DER está entregando 71 acessos municipais em todo o Estado, além de dezenas de obras de infraestrutura nos municípios atingidos pelas enchentes de 2010. “Dezenas de obras já estão concluídas e serão entregues em breve. Temos trabalhado para concluir o mais rápido possível o grande volume de obras existentes em todo o Estado”, garantiu Vital. 

Secretários visitam UPPs e anunciam ação conjunta para Alagoas


Comissão alagoana coordenada pelo secretário da Defesa Social acompanhou delegação da ONU em visita a duas comunidades que implantaram o modelo de polícia pacificadora no Rio de Janeiro

Ricardo Sanchez

Secretário alagoanos conheceram polícia pacificadora
O secretário de Estado da Defesa Social, Dário Cesar Cavalcante, esteve sexta–feira (20) nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) das comunidades Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, na zona sul do Rio de Janeiro. A visita foi feita junto com uma delegação da ONU e os secretários Herbert Motta, do Trabalho; Marcelo Palmeira, da Assistência Social e Jardel Aderico, da Promoção da Paz.

O responsável da UPP na comunidade, tenente Pesqueira, da Polícia Militar do Rio de Janeiro, recebeu os alagoanos e informou que a ocupação ocorre há um ano e cinco meses. 

No Cantagalo, os secretários conheceram o Espaço Criança Esperança, criado pela UNESCO em 2001, onde são desenvolvidos diversos projetos com a população, principalmente crianças, em conjunto com o Centro de Referência da Juventude CRJ do governo do Estado do Rio de Janeiro.

No local, funcionam aulas de teatro, fotografia, música, biblioteca e prática de esportes. “Primeiro nós passamos credibilidade, mostramos que estamos do lado do bem, em nome da liberdade, para que as crianças não cresçam com o referencial do traficante”, afirmou o tenente. Ele estima que em seis anos, a comunidade terá adquirido uma nova atmosfera, diferente do tempo em que o tráfico tinha o domínio do local.

O trabalho é feito por um conjunto de ações que inclui policiamento ostensivo, geração de emprego e oportunidade e inclusão social para que a população resgate sua autoestima. “Esse projeto é uma parceira de entidades governamentais e não governamentais, oferecendo inclusão social à população, como por exemplo o título de propriedade do domicílio e o acesso a serviços essenciais”, declarou o secretário Herbert Motta.

O secretário Marcelo Palmeira ressaltou a importância da visita e afirmou que o modelo será apresentado ao governador Teotonio Vilela. “É importante conhecermos a estrutura e nos próximos dias levaremos um relatório para o governador, para implantação em Maceió e outras cidades no Estado”.

Primeiro secretário da Paz no Brasil, Jardel Aderico ressaltou que o trabalho deve ser feito de forma articulada. “Dário nos convidou para conhecer a estrutura e levar de forma adaptada para nosso Estado. Ficou muito claro aqui que cada comunidade tem sua realidade e dessa forma, temos a definição de todas as ações para a Paz. Vamos levar essa experiência para implantar em Alagoas, sob orientação do secretário Dário Cesar e do governador Teotonio Vilela Filho”, disse.

O coordenador da ação e secretário da Defesa Social, Dário César, disse ter ficado satisfeito com a visita e declarou que o trabalho é o caminho para diminuir a violência e a criminalidade. “Com a presença do Estado, da polícia e setores que fazem a inclusão social da população, a comunidade do Cantagalo se pacificou. Alagoas está no caminho. Esse projeto do Rio, por exemplo, vai nos ajudar a transformar nossa Alagoas numa terra mais pacífica, com menos criminalidade”.

Até o final de maio, o Governo pretende realizar uma série de ações na segurança pública, como a implantação de quatro bases da Polícia Comunitária, com trabalho ostensivo e preventivo. Os secretários vão se reunir na próxima semana para apresentar ao governador Teotonio Vilela Filho um relatório em conjunto e projetos decorrentes da visita para instalação de UPPs em Alagoas.

Agricultora muda de vida com atividade de apicultura

Após palestra sobre criação de abelhas, Cícera Alves apostou no negócio e deu certo

Ronaldo Lima
Foto: Tércio Cappello

Cícera mudou de vida após entrar para o ramo da apicultura
Incentivada por meio de um curso de capacitação ministrada pelo Instituto Xingó, a agricultora Cícera Alves da Silva, moradora da cidade de Olho D’Água do Casado, no alto Sertão alagoano, teve sua vida transformada da “água para o vinho”, como ela mesma gosta de falar. De simples trabalhadora da roça, Cícera hoje é uma apicultora de sucesso, fruto da sua perseverança e abnegação na atividade de produtora de mel.

Moradora do povoado Ouricurizeiro, Cícera descobriu, após a conclusão do curso sobre apicultura, o caminho das pedras, e decidiu investir R$ 1 mil que conseguiu com a venda de um boi, na atividade de exploração dos produtos originados das abelhas. 

Com um sorriso aberto, ela recorda: “Sobre abelha, a única coisa que conhecia era a ferroada das bichinhas. Disso eu tinha muito medo”. Mas hoje a realidade é outra. Com o aprendizado no manejo, o carinho substituiu o medo pelas abelhas, graças aos cursos oferecidos pelo governo do Estado, por meio da Secretaria do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande) e do Sebrae. 

Dona Cícera, com o pouco recurso que dispunha (1 mil reais) investiu na compra de 10 comeias, e em sua primeira colheita conseguiu extrair 981 quilos de mel, o que lhe rendeu a quantia de R$ 7 mil. “Nunca imaginei que o retorno seria tão rápido”. A partir de então, a apicultora não parou mais de investir e de participar de cursos de capacitação relacionados à atividade.

Com disposição e habilidade para vender os produtos, dona Cícera, além de comercializar o mel por meio da cooperativa, também vendia o produto em garrafinhas de 700g de porta em porta na cidade de Olho D’Água do Casado. “Fiz muita amizade, vendo meu produto e me sinto bem”.

Dignidade

Dona Cícera afirma: “Graças ao apoio do governo e do Sebrae é possível sobreviver com a atividade de apicultura. Essa ajuda caiu como uma benção e hoje tenho uma vida digna com a minha família”. Segundo ela, antes da apicultura a família vivia uma vida sofrida, apertada, faltava tudo, até alimentação. 

O ano de 2010 foi muito comemorado pela produtora Cícera Alves. A sua produção de mel atingiu os 2.200 kg e um faturamento de R$ 12 mil. Com essa renda, como relata, foi possível adquirir uma moto nova, móveis para casa e eletrodomésticos. 

Atualmente, dona Cícera também já investiu R$ 22 mil em equipamentos em seus negócios e na sua vida profissional. Concluiu o Ensino Médio e está matriculada no Ensino Superior, no o segundo ano do curso de Pedagogia. “Como apicultora sou uma mulher realizada e levo uma vida com dignidade”, reconhece Cícera Alves da Silva, futura pedagoga alagoana.

Como informa Alberto Brasil, gestor do APL Apicultura Mel do Sertão, atualmente o governo do Estado, por meio da Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplande), o Sebrae e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, vêm dando apoio e investindo para o melhor desenvolvimento na região com demandas já identificadas. 

Um edital de apoio foi lançado e vai disponibilizar R$ 5 milhões, sendo R$ 2,5 milhões do Banco de Desenvolvimento Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 2,5 milhões do Fundo de Combate e  Erradicação da Pobreza (Fecoep). 

Os recursos serão executados pela Agência de Fomentos de Alagoas (Afal) e a liberação tem início a partir do próximo mês de julho. O investimento servirá para implantação de uma melhor infraestrutura, instalações físicas, equipamentos, transportes e capacitações.           

Apicultura no Sertão alagoano gera renda às famílias

Abrangendo 13 municípios, APL Apicultura Mel do Sertão recebe incentivo e assistência

Ronaldo Lima
Foto: Tércio Cappello

Cícero é um dos beneficiados pela apicultura no Sertão
No mês em que se comemora o Dia Nacional do Apicultor (22 de maio), profissional que se dedica à exploração racional dos produtos originados das abelhas e que visa a viabilização econômica dessa atividade, o Arranjo Produtivo Local (APL) Apicultura Mel do Sertão, que compreende 13 municípios do Sertão de Alagoas, vem ampliando a participação da apicultura familiar, com geração de atividades produtivas, renda e bem-estar social e econômico.

Com foco estratégico direcionado para a organização dos apicultores para otimizar os processos de compra, produção, comercialização e, sobretudo, visando desenvolver os apicultores do Sertão alagoano e inseri-los na cadeia produtiva, os governos federal e estadual, em parceria com o Sebrae, vêm adotando política de fortalecimento nas associações e cooperativas para aumentar a produção do mel e agregar valor ao produto.

A primeira cidade do Sertão alagoano a entregar uma sede pronta para os pequenos e médios produtores será Piranhas. Com investimentos de R$ 1,2 milhão, recursos oriundos do Ministério do Desenvolvimento Social com contrapartida do governo do Estado e da prefeitura local, a ‘Casa Mel de Piranhas’, construída às margens da rodovia AL-220, será inaugurada no próximo dia 29, com a presença do governador Teotonio Vilela e da prefeita Mellina Freitas.

Para a concretização do empreendimento, a prefeitura de Piranhas fez a doação do terreno para a construção da sede e o governo de Alagoas e o Sebrae participam efetivamente com assistência técnica, capacitação e organização dos apicultores para otimizar os processos de compra, produção e comercialização dos produtos.

“A meta do governo e do Sebrae é direcionar ações de forma organizada e isso já vem sendo posto em prática nos 13 municípios que integram o APL Apicultura Mel do Sertão”, assegura o técnico Alberto Brasil, gestor do APL do Sertão. Alberto afirmou ainda que o propósito do governo é instalar uma ‘Casa de Mel’ em cada município que integra o APL Apicultura Mel do Sertão.

Cícero Alves da Silva, o “Mangueirinha”, como é conhecido popularmente em Pão de Açúcar, iniciou as atividades como pequeno produtor no ano de 1998, criando abelhas nativas (melipônia) em 45 comeias, sendo que a primeira colheita dele foi de apenas 8 kg. “No início não imaginava comercializar o produto”, relembra.

Mas por sugestão do Arranjo Produtivo Local (APL), Mangueirinha decidiu criar abelhas africanas e iniciou a captura em sua propriedade e na região próxima de sua casa. Sem muito esforço, ele conseguiu reunir em um enxame aproximadamente 30 mil abelhas.

Surpresa

Instaladas próximas ao riacho Barra Maria Zuina, as comeias proporcionaram uma grande surpresa ao produtor. Entre os meses de maio e julho de 1998, Mangueirinha voltou ao local para verificar a sua pequena produção e desconfiou do peso que as comeias apresentavam. Em apenas uma comeia ele conseguiu extrair 12 kg de mel. “Imaginei que alguém havia levado o produto e teria colocado pedra nas comeias, de tão pesadas que estavam”, recorda Cícero.

Impressionado com a produção, o pequeno produtor adquiriu mais 10 comeias e em sua primeira colheita conseguiu a marca dos 200 kg. A partir de então, como relata Mangueirinha, a sua produção tem aumentado significativamente ao longo dos anos.   

Atualmente, Cícero Alves mantém uma casa do mel em sua propriedade e já chegou a extrair até 55 mil kg de mel de suas colmeias e de outros pequenos produtores da região. Com a certificação do Serviço Municipal de Inspeção (SIM) já adquirida, ele está próximo de conseguir a certificação do SIF, o Selo de Inspeção Federal. “Meu objetivo é conquistar mais mercados para o mel produzido aqui em Alagoas”, afirma.

A Casa Mel de Piranhas terá em sua estrutura equipamentos modernos e será uma unidade de beneficiamento, extração, processamento e envasamento de mel. Inicialmente, serão comercializados mel em garrafa e em sachê. 

Além dos equipamentos, onde se darão a extração e produção do produto, a Casa Mel de Piranhas dispõe ainda de um módulo onde ficarão as lojas para a comercialização dos produtos pelos apicultores da região.

Como informa Alberto Brasil, gestor do APL Apicultura no Sertão, um dos objetivos dos Arranjos Produtivos Locais é justamente buscar o desenvolvimento sustentável dos micro e pequenos negócios da cadeia produtiva da apicultura, fornecendo suporte aos apicultores e demais empresários envolvidos na atividade. “A meta é gerar ocupação e renda, promovendo a preservação do meio ambiente”, conta.

Merenda escolar destina mais de R$ 22 milhões para a agricultura familiar em Alagoas

Aquisição dos produtos será feita pelas prefeituras e pelas escolas públicas estaduais para cumprir as exigências da Lei Federal nº 11.947/2009

Diego Barros

Produtos oriundos do campo vão parar nas escolas
A aquisição de alimentos dos agricultores familiares para inclusão na merenda escolar das escolas públicas municipais, em 2011, vai contar com cerca de R$ 17 milhões. Ao todo, o governo federal deve repassar às prefeituras R$ 57 milhões para aquisição da merenda escolar e, desse bolo, pelo menos 30% devem ser investidos na aquisição dos produtos oriundos do agricultor familiar.

É isso o que determina a Lei nº 11.947/2009. “Em Alagoas, algumas prefeituras já faziam compras aos agricultores familiares para incluir os produtos na merenda. Outras estão se adaptando agora para cumprir a lei. Para o agricultor, é uma conquista, pois significa acesso a mercado e garantia de preço”, frisou o secretário de Estado da Agricultura, Jorge Dantas.

Além das compras que serão feitas pelas prefeituras, este ano o Estado vai investir mais de R$ 5 milhões na aquisição de produtos da agricultura familiar para inclusão na merenda. A afirmação é do secretário de Estado da Educação e do Esporte, Rogério Teófilo, que participou do Encontro Estadual de Comercialização na Agricultura Familiar, realizado em Maceió.

Segundo o secretário, uma minuta de chamada pública já está tramitando pelos órgãos do governo para em seguida haver a divulgação e convocação dos agricultores interessados. Assim, somando os valores que serão aplicados pelas prefeituras (R$ 17 milhões) com o total que será investido pelo Estado (R$ 5 milhões), chega-se ao montante de R$ 22 milhões.

“Nós fazemos um trabalho de orientação e divulgação da Política Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e temos uma equipe da Seagri que faz o mapeamento dos produtos dos municípios interessados, a identificação dos agricultores, organização da produção e elaboração do cardápio”, esclareceu o articulador estadual da Rede de Apoio à Comercialização da Agricultura Familiar, Antônio Neto Cavalcante.

A aquisição de produtos da agricultura familiar para inclusão na merenda das escolas também foi discutida pelo presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Genivaldo Oliveira. Ele ressaltou que a lei que garante a compra de pelo menos 30% foi uma luta dos trabalhadores, de modo organizado. “Alguns prefeitos já compram mais de 30%, mas outros ainda precisam se adequar”, destacou.

O Encontro Estadual de Comercialização na Agricultura Familiar foi realizado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Alagoas (Sebrae/AL). Também contou com o apoio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal) e Fórum A Sefaz e a Sociedade.