Em oficina de trabalho, secretários discutiram os principais focos do Programa, que visa o desenvolvimento socioeconômico e a melhoria dos indicadores do estado
Renée Le Campion
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Secretários debatem ações do Alagoas Tem Pressa |
Mais uma oficina de trabalho do Programa Alagoas Tem Pressa reuniu todo o secretariado estadual nessa terça-feira (14), por mais de sete horas ininterruptas. O objetivo do encontro, que teve início às 15h e só terminou as 22h30, foi discutir oito projetos estruturantes que fazem parte do Programa e indicar o foco de atuação e as estratégias do Governo para a consolidação desses projetos. O Alagoas Tem Pressa, coordenado pela Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande), integra todas as secretarias de Estado na melhoria dos indicadores socioeconômicos do estado e da qualidade de vida dos alagoanos.
A quarta oficina de trabalho foi conduzida pelo secretário do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, Luiz Otavio Gomes, que frisou a integração entre o Governo para que o Programa obtenha êxito. “Temos realizado este trabalho em total sinergia, com participação expressiva do secretariado e atenção máxima do governador Teotonio Vilela Filho. Ao final da reunião de hoje, teremos indicado os focos de atuação das setoriais para que possamos chegar à fase de estruturação dos projetos”, ressaltou.
O secretário-chefe do Gabinete Civil, Álvaro Machado, reforçou a importância de trabalhar de forma conjunta em prol do desenvolvimento de Alagoas. “Através do Alagoas Tem Pressa, temos a oportunidade de discutir ações que se complementem e que possam melhorar os indicadores sociais do nosso Estado. É um momento onde os secretários podem sugerir projetos e trabalhar em sintonia para melhorar Alagoas”, acrescentou.
A redução da mortalidade infantil; o aprimoramento e ampliação da atenção primária à saúde; a ampliação do acesso adequado a esgoto; a questão da habitação popular; a ampliação e desconcentração do investimento; a inclusão produtiva; a redução do analfabetismo entre os jovens e a promoção da cidadania e dos direitos humanos foram os temas dos oito projetos estruturantes debatidos durante a oficina.
Cada projeto ficou sob responsabilidade de uma secretaria, que apresentou os focos estratégicos de atuação. Na oficina dessa terça, as apresentações ficaram a cargo das secretarias de Estado da Saúde; Infraestrutura; Trabalho, Emprego e Renda; Educação e Esporte; Assistência e Desenvolvimento Social; e Mulher, Cidadania e Direitos Humanos.
Após as apresentações, os secretários debateram os projetos e propuseram mais de 60 focos de ações do Governo para atender às áreas da melhoria da qualidade de vida; erradicação da pobreza extrema, redução da pobreza e da desigualdade; e da valorização da imagem e mudanças culturais.
Mortalidade Infantil
Para reduzir a mortalidade infantil, ganharam destaque no debate as ações para o fortalecimento da atenção primária por meio do Programa da Saúde Familiar (PSF) e o investimento no saneamento básico. Também foram apontadas sugestões voltadas para o direcionamento dos recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), bem como para o estabelecimento de indicadores globais e setoriais para o acompanhamento das ações, tendo em vista a diminuição da mortalidade infantil no estado.
Ainda sobre a mesma questão, o secretário-chefe do Gabinete Civil, Álvaro Machado, discorreu a respeito da necessidade de se pesquisar as causas da mortalidade infantil junto aos atores do setor. “É preciso realizar ações de forma conjunta não só entre as setoriais, mas também com as prefeituras e, assim, fazer um monitoramento mensal da mortalidade infantil nos municípios”, acrescentou.
Atenção Primária à Saúde
Tornar mais efetivos os serviços ofertados é o foco preliminar da ação do projeto estruturante de ampliação e aprimoramento da atenção primária à saúde. “Devemos qualificar as Estratégias de Saúde da Família (ESF) e sensibilizar os municípios para ampliar a sua cobertura, bem como aumentar a cobertura do Núcleo de Apoio de Saúde à Família (Nasf)”, sugeriu a diretora de Atenção Básica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Mirna Villas Boas.
Os secretários apontaram a ampliação do PSF como ação essencial para esse projeto estruturante. “Além disso, devemos promover melhorias nas condições de trabalho dos profissionais de saúde do Estado, através do Telessaúde, um programa que capacita os profissionais que trabalham na atenção primária”, afirmou o secretário de Saúde, Alexandre Toledo.
O secretário Herbert Motta (Trabalho, Emprego e Renda) chamou a atenção para o aprimoramento dos mecanismos de acompanhamento de resultados e para a possibilidade de desenvolver centros regionais de saúde para dar retaguarda às ações primárias.
Esgotamento sanitário
Para ampliar o acesso adequado a esgoto, uma das propostas discutidas foi buscar recursos junto ao Governo Federal e instituições financeiras internacionais. Nesse sentido, o secretário de Agricultura, Jorge Dantas, destacou a necessidade de se ampliar o abastecimento de água, especialmente na região do Sertão alagoano.
“A secretaria de Saúde pode enviar um diagnóstico com as necessidades dos municípios em relação ao saneamento, para que assim possamos saber qual a situação do Estado e trabalhar para solucionar os problemas”, apontou o secretário Herbert Motta.
Sobre a ampliação e desconcentração do investimento, o secretário Luiz Otavio Gomes definiu como prioridade o fomento ao empreendedorismo e a criação de polos de desenvolvimento. “Estamos desenvolvendo, atualmente, doze polos em Alagoas, e alguns são referência para a região Nordeste e para o Brasil. Mas pretendemos aumentar esse número e assim gerar ainda mais empregabilidade”, informou.
Com o foco preliminar de atrair investimentos em regiões economicamente desfavorecidas e fortalecer a estrutura econômica, falou-se, ainda, na utilização do Programa de Arranjos Produtivos Locais (PAPL), coordenado pela Seplande e pelo Sebrae/AL, que representa uma das apostas do Governo para promover o desenvolvimento do pequeno produtor e do associativismo.
Em relação à promoção da inclusão produtiva, fixou-se como foco preliminar ações voltadas para a população carente, com ênfase no acesso ao mercado, ao crédito, à assistência técnica, extensão rural, inovação tecnológica e qualificação.
Programa
O Programa Alagoas Tem Pressa é composto por 24 projetos estruturantes, que se desdobram em várias ações e projetos de responsabilidades das secretarias e visam atender a seis grandes áreas de resultado, definidas a partir das principais necessidades do Governo, identificadas através de um trabalho de diagnóstico realizado em 2007 e atualizado este ano.
Todos os 24 projetos estruturantes, mais as ações e projetos de cada setorial, estão incluídos no Plano Plurianual (PPA) 2012-2015 do Governo de Alagoas. O PPA é o planejamento de ações do Estado para os próximos quatro anos. Em Alagoas, o Governo realiza o PPA Participativo, que consiste em contar com a participação da população na identificação dos desafios que o estado enfrenta. No início do mês de junho, a Seplande realizou sete oficinas regionais no interior do Estado, onde diversos setores da população foram ouvidos. As informações debatidas poderão subsidiar o Governo na elaboração do seu planejamento.
Próximas ações
Nas próximas segunda (20) e terça-feira (21), os gerentes dos projetos do Programa Alagoas Tem Pressa, escolhidos por cada secretaria, serão capacitados para que tenha início a fase de estruturação de cada projeto. Após cinco etapas, que começam no dia 27 deste mês, os projetos deverão estar totalmente estruturados em 29 de julho.