De acordo com o IBGE, produção anual no Estado é de 200 toneladas, mas consumo interno é maior; número de produtores vem crescendo
Diego Barros
Produção de mel em Alagoas precisa expandir ainda mais |
A produção de mel está em expansão em Alagoas, conquistando cada dia mais interessados na atividade, seja pelo manejo, que não exige a presença intensiva do produtor no local de coleta, seja pelo baixo custo para investimento. Mas mesmo assim essa produção ainda não é suficiente para abastecer toda a demanda do mercado interno.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção anual de mel em Alagoas é de 200 toneladas. O consumo por aqui é maior, o que leva os estabelecimentos comerciais alagoanos a adquirir o produto em outros Estados.
Para apoiar quem já está na atividade ou deseja ingressar nela, entidades dos setores público e privado desenvolvem ações junto ao Arranjo Produtivo Local (APL) de Apicultura, que atende a produtores de 14 municípios do Sertão. São ações de capacitação, acesso a mercado, assistência técnica, beneficiamento do produto, associativismo, cooperativismo e infraestrutura.
“Muito já foi feito, mas ainda temos algumas necessidades”, afirmou o gestor do APL, Alberto Brasil. Segundo ele, ainda são necessárias mais unidades de beneficiamento e as cooperativas do segmento precisam se fortalecer ainda mais, principalmente com acesso a capital de giro.
“Mas já temos entrepostos e casas de mel em Pão de Açúcar e Piranhas, por exemplo, que fazem o beneficiamento do produto, centrifugação, envase e distribuição”, esclareceu.
Fora do território do APL, os produtores de mel recebem o apoio de técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), do Sebrae/AL, prefeituras, bancos e demais entidades envolvidas no segmento produtivo.
Segundo Quitério Matias, do Banco do Brasil, de 2006 até agora, quando a instituição começou a liberar recursos para investimento na apicultura, o total liberado para os produtores já soma R$ 1,2 milhão. “Percebemos que os produtores que já estavam na atividade quiseram melhorar a produção, pois estavam se profissionalizando, por isso procuraram o banco. E também houve aumento no número de produtores, que também obtiveram os empréstimos para investir”, analisou.
Fórum
Outra entidade representativa criada para discutir as demandas da apicultura, em âmbito estadual, é o Fórum Alagoano de Apicultura (Faapi), que nesta terça-feira (14) foi reestruturado, após reunião que contou com representantes de boa parte de seus membros.
Para o secretário de Estado da Agricultura, Jorge Dantas, a apicultura é uma atividade relativamente nova e que está se profissionalizando cada vez mais. “Além de ser uma oportunidade para geração de renda, que pode ser praticada junto com outras atividades, ou seja, o produtor não precisa se dedicar apenas à apicultura, é também uma forma de estimular a preservação do meio ambiente, pois o produtor sabe que só tem o mel se tiver a mata preservada”, ressaltou.
Segundo a diretora técnica do Sebrae/AL, Renata Fonseca, que também acompanhou a reunião para reestruturação do Faapi, a apicultura alagoana terá nessa entidade um canal para apresentar suas demandas. “O fórum dá certo quando traz as demandas qualificadas e elas são resolvidas. Esse é o motivo de se fazer um fórum diferente”, argumentou.
A diretora dos Arranjos Produtivos Locais pela Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande), Flaviana Rosa Santos, destacou que o Faapi deve ter a participação dos produtores, tanto do Litoral e Zona da Mata, quanto do Sertão, e ressaltou o interesse dos que participaram da reunião para reestruturar a entidade.