segunda-feira, 6 de junho de 2011

Estudantes e profissionais debatem a divulgação científica

Especialista diz que divulgação científica na mídia formal ocupa uma posição desigual e frágil

Débora de Brito
Foto: Adaílson Calheiros

Profissionais e estudantes de jornalismo participam de oficina
Estudantes, profissionais e professores da área de comunicação social debateram, no sábado (4), sobre a prática e os estudos sobre a divulgação da ciência e tecnologia no Estado de Alagoas. O tema foi pauta da III Oficina Alagoana de Jornalismo Científico, uma ação da Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Secti).

Segundo a diretora de políticas de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Secti e coordenadora do evento, Lenilda Austrilino, o evento contribuiu com a formação e atualização dos profissionais da área de comunicação. A coordenadora considerou positiva a participação dos estudantes de comunicação social, profissionais e acadêmicos de áreas diversas.

A 3º edição da Oficina teve como palestra principal os “Desafios e perspectivas da divulgação da ciência no Brasil e na América Latina”, com a jornalista Marina Ramalho e Silva, responsável pela área de comunicação do Museu da Vida, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A jornalista, que está em plena elaboração da tese de doutorado nessa temática, defende que primeiro deve haver uma desmistificação da ciência, “retirá-la do altar, pois ela está presente no nosso dia a dia”. 

A palestrante apresentou alguns números que apontam o cenário atual da divulgação científica. De acordo com os estudos feitos entre os principais jornais da América Latina, tendo como representante brasileiro O Globo e a Folha de São Paulo, Marina Ramalho identificou que a divulgação científica na mídia formal ocupa uma posição desigual e frágil. Esse cenário existe por causa da não disponibilização de profissionais suficientes para esta editoria, ocorrendo, na maioria das vezes, o acúmulo de serviço e a busca pelo caminho mais fácil: o aproveitamento das matérias vindas das agências de notícias dos Estados Unidos e da Europa. 

A produção científica nacional, entretanto, recebe um melhor tratamento pela televisão. Numa pesquisa recente e ainda em fase de estudo, mostrou que em comparação com um telejornal do Equador, o telejornal de maior audiência da televisão brasileira concede maior espaço para a divulgação científica. Para a jornalista Marina Ramalho, isso ocorre porque a televisão é um veículo que tem necessidade de ter imagem para ilustrar a informação e para as matérias internacionais isso fica mais difícil ainda. 

Aluno do 1º período do curso de jornalismo, Pedro Barros, resume o sentimento dele quanto ao evento: gostei muito. O motivo maior desse comentário foi a diversidade de palestrantes, de informações, de perfis e de defesas. “Eu já tinha interesse pelo assunto, mas o evento foi como ponto de partida”, explicou o estudante.

Num momento reservado para debate e exposição, a chamada mesa redonda, teve como foco “A experiência impulsionando estratégias de divulgação da Ciência”. Esse tema recebeu a contribuição da professora do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas, doutora Magnólia Rejane dos Santos; superintendente de Publicidade e Marketing do governo de Alagoas, Alexandre Câmara; Carlos Teixeira, pesquisador da Universidade de São Paulo (Usp); Fábio de Menezes, diretor do Museu da História Natural, entre outros.