sexta-feira, 3 de junho de 2011

Banco Mundial disponibiliza US$ 3,5 bilhões para estados do Nordeste

Teotonio Vilela pede atenção especial para Alagoas em reunião com o presidente do Bird, nesta sexta-feira, em Recife

Amanda Dantas
Foto: Rpoberto Pereira/Sei

Presidente do Banco Mundial tem encontro com governadores do NE
O governador Teotonio Vilela Filho participou nesta sexta-feira (3), no Palácio Campo das Princesas, em Recife, da reunião com o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, e governadores de estados nordestinos para discutir a ampliação da cooperação financeira entre a instituição internacional e o Nordeste. 

No encontro, Robert Zoellick anunciou a disponibilidade de US$ 3,5 bilhões somente para setor público dos estados da Região Nordeste. Esse valor corresponde a seis vezes a operação média do Banco Mundial, uma vez que, de acordo com o presidente, no ano passado, a instituição investiu cerca de US$ 500 milhões no Nordeste.

“Temos trabalhado com os dados do Nordeste há muitos anos e vimos agora a oportunidade de aumentar ainda mais essa atividade. Tenho defendido cada vez mais esse aumento de cooperação do banco com os governadores nordestinos; estamos diante de uma nova geração de líderes e de indicadores ainda muito graves com relação à miséria e à pobreza; temos muito trabalho a ser feito”, argumentou Zoellick. 

O presidente  do Bird disse que também pretende aumentar o valor destinado ao setor privado na região, que no ano passado, foi de US$ 400 milhões. “Vamos nos reunir com os responsáveis pelo setor privado, infraestrutura e BNDES para discutir o aumento das parcerias privadas”, afirmou.

No encontro com o presidente do Bird, Teotonio Vilela pediu uma atenção especial para Alagoas, que ainda tem o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e os piores indicadores sociais, fatores que dificultam a erradicação da miséria em Alagoas, apesar de todo o esforço do Governo para aumentar a empregabilidade. 

Para o governador, embora o Nordeste seja a região que mais cresça economicamente no Brasil, ainda há uma grande defasagem que precisa ser revertida. Teotonio lembrou que Alagoas ficou cerca de vinte anos sem se relacionar com a instituição – mas a interlocução foi recuperada e o Estado voltou a contar com os investimentos do Bird.

“Fizemos um empréstimo há três anos focando em questões sociais, na melhoria da gestão da máquina pública. Nosso Estado tem potencial para crescer muito mais e a função do Banco Mundial tem sido muito importante nesse processo”, observou o governador, quando também defendeu a continuidade dessa parceria para toda a região. “O Nordeste precisa porque ainda tem indicadores que são cruéis; não são somente números, são pessoas que sofrem e que precisam de políticas públicas”, ressaltou. 

O anfitrião do encontro, o governador Eduardo Campos, disse que o aumento do aporte financeiro destinado à região Nordeste se deve ao fato de a presidenta Dilma Roussef ter pago o valor de US$ 3 bilhões – correspondente às obrigações do Brasil com o Banco Mundial. “Isso foi possível porque esse valor voltou para o Brasil, só que agora, direcionado para os estados do Nordeste”, explicou. 

“É um recurso importante para a manutenção dos investimentos dos nove estados nas áreas estratégicas que trabalham com o banco. Além disso, vamos contar a com segurança de ter o Banco Mundial ao nosso lado, auxiliando-nos através de sua equipe técnica que é extraordinária e toda sua expertise. Isso vai nos ajudar a gastar com qualidade, com o devido controle e transparência, aplicando melhor o dinheiro, consequentemente, melhorando a vida dos nordestinos”, observou Campos. 

Também estavam presentes os governadores do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, e o secretário de Estado da Fazenda da Bahia, Carlos Santana.