sexta-feira, 3 de junho de 2011

Hemoal realiza mutirão contra AVC em portadores de anemia falciforme

Mutirão detectou que 11 dos 62 falcêmicos examinados correm risco de sofrer um AVC
Josenildo Törres
O mutirão preventivo realizado no Hemocentro de Alagoas, nos dias 1º e 2 deste mês, detectou que 11 dos 62 falcêmicos (portadores de anemia falciforme) examinados correm risco de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A ação preventiva foi realizada graças à parceria firmada com a Novartis, que trouxe para Alagoas o médico do Hospital das Clínicas da Bahia, Camilo Vieira, especialista na realização do Doppler Transcraniano, procedimento no qual o paciente é submetido a um ultrassom da cabeça.
Graças a esta ação preventiva, o Hemoal poderá aplicar uma nova metodologia de tratamento para os falcêmicos, que correm risco de contrair um AVC. Por meio dela, que consiste na Hiper Transfusão, onde os pacientes passarão a receber mensalmente sangue fenotipado e filtrado, com isso, as chances de sofrer um AVC serão drasticamente reduzidas.
Também se evitam o surgimento de graves sequelas para os portadores da Anemia Falciforme.  Por isso, segundo a diretora do Hemoal, Verônica Guedes, a realização deste procedimento será importante para salvar a vida de muitas crianças e adolescentes alagoanos.
“A partir de agora poderemos fazer um tratamento preventivo para os pacientes, pois é comprovado que falcêmicos com idade entre dois a 16 anos são muito suscetíveis a desenvolverem AVC. Assim, estaremos evitando que eles não sofram problemas sérios, como o comprometimento da fala, da mobilidade ou venham a falecer, pois estaremos realizando intervenções, prescrevendo o medicamento Hidroxiureia”, informou a diretora do Hemoal.
Treinamento
Ao final do mutirão, os hematologistas do Hemoal foram capacitados sobre a importância do Doppler Transcraniano e dos medicamentos administrados para os falcêmicos, a exemplo da Hidroxiureia. O treinamento, que ocorreu no auditório do Hotel Radisson, em Maceió, foi ministrado pela hematologista do Hospital das Clínicas de Campinas (SP), Sandra Loggetto.
De acordo com ela, por meio Doppler Transcraniano e da aplicação de uma metodologia diferenciada de tratamento, os pacientes não viverão com o risco de sofrer AVCs. “Este é um avanço que a medicina proporciona e que assegura qualidade de vida aos falcêmicos, atrelado também aos medicamentos adequados, que podem levar os pacientes a terem uma vida normal, dentro das suas limitações”, explicou Sandra Loggetto.