Uso de agrotóxicos, alimentação orgânica, controle de pragas e preservação ambiental estão entre os temas que serão discutidos
Diego Barros
Os interessados no tema da agroecologia participam de um seminário sobre o assunto nos dias 27 e 28 de maio, que será realizado no Centro de Ciências Agrárias (Ceca) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), às margens da Rodovia BR-104, no município de Rio Largo.
O evento vai reunir cerca de 230 pessoas, entre pesquisadores, técnicos, estudantes e agricultores familiares, e conta com diversas palestras, cinco oficinas de capacitação e uma feira de produtos orgânicos.
A abertura vai ocorrer às 9h do dia 27 e, em seguida, haverá a palestra “Agroecologia: Conceitos e Princípios”, ministrada pelo professor Francisco Caporal, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). As outras palestras vão tratar de preservação ambiental, agrotóxicos e alimentação orgânica.
Ainda na sexta-feira (27), a partir das 16h, começam as oficinas de capacitação com os seguintes temas: Suco de Luz do Sol; Controle Alternativo de Pragas; Biofertilizante; Unidades PAIS e Formação de Grupos Agroecológicos.
“Também durante o evento, a Cooperativa Terragreste apresentará e comercializará suas hortaliças e frutas orgânicas certificadas, e o senhor Sebastião Damasceno, agricultor de Santana do Ipanema, fará a demonstração e comercialização de suas sementes crioulas”, destacou a articuladora da Rede de Agroecologia, Liduína Alencar, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri).
O Seminário de Agroecologia, que será realizado nos dias 27 e 28 de maio, é uma iniciativa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Alagoas (Sebrae/AL), Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri) e Centro de Ciências Agrárias (Ceca). O evento tem o apoio de diversas entidades.
Inscrições e informações pelos telefones: (82) 9953-8978 / 8804-1758 / 0800 570 0800 ou pelo e-mail gac_ufal@yahoo.com.br.
Redução de custos
De acordo com Liduína Alencar, a agroecologia prega o manejo sustentável dos recursos disponíveis na propriedade. “É ideal para o agricultor familiar, que nem sempre dispõe de recursos financeiros para investir na produção”, frisou.
Para que um agricultor pratique os conceitos e princípios de agroecologia, explica Liduína, é preciso que de início ele faça a substituição dos insumos, como fertilizantes industrializados e agrotóxicos químicos, por produtos naturais disponíveis na propriedade, como esterco de animais. “Com isso, haverá uma desintoxicação do solo”, detalha. “E assim o agricultor também já reduz os custos de produção”, enfatiza.
“Em seguida ele aplica os conceitos para conservação da água, cuidados com a lavoura e a questão social, que envolve a relação de trabalho. Isso também é levado em consideração”, contou Liduína Alencar. Segundo ela, a produção de forma agroecológica tem fortes semelhanças com a agricultura praticada antes do advento dos chamados “pacotes tecnológicos”, que são usados para aumentar a produtividade.
“Com o tempo, o agricultor vai perceber que ele não terá redução na produtividade por não usar insumos industrializados. Ele terá uma resposta da plantação e vai colher produtos mais saudáveis, de melhor qualidade”, salientou.
Mercado para produtos agroecológicos
O mercado está aberto para os produtos de origem agroecológica, como analisa a articuladora Liduína Alencar. Segundo ela, esses produtos já podem ser encontrados em supermercados de Maceió, onde possuem um preço diferenciado.
Também são encontrados nas feiras livres dos municípios. Um desses locais de comercialização de produtos de origem agroecológica é instalado todas as sextas-feiras no bairro do Jaraguá, em Maceió, próximo ao Mercado Público. Também há uma Feira de Produtos Agroecológicos no município de Arapiraca.
