Para a confecção do Plano, os consultores da CGEE visitaram 14 municípios, dentre os 18 que formam a sub-região
Débora de Brito
O Governo do Estado dá seguimento à elaboração do Plano de Desenvolvimento Estratégico (PDE) da Sub-região de Xingó, desenvolvido pelos técnicos da Secretaria do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande) e do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Desde o início dessa semana, reuniões e encontros entre gestores públicos, do terceiro setor, e especialistas estão sendo realizadas para conclusão do Plano.
Para a confecção do Plano, os consultores da CGEE visitaram 14 municípios, dentre os 18 que formam a sub-região. Durante as visitas, foram realizadas entrevistas com os gestores públicos – prefeitos, secretários e técnicos municipais – e personalidades locais que forneceram dados e opiniões com o objetivo de traçar um diagnóstico socioeconômico, o qual será base para a elaboração das próximas políticas públicas a serem desenvolvidas nos municípios dessa sub-região para crescimento integrado e sustentável.
Para o secretário de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, Luiz Otavio Gomes, o Plano de Desenvolvimento da sub-região de Xingó é mais uma ação estratégica do governo de Alagoas para a concretização de resultados com foco na diminuição e erradicação da pobreza e extrema-pobreza. “O grande desafio no momento é de conscientizar quatro prefeituras que ainda não receberam a equipe de técnicos da Seplande e da CGEE para que ocorram mudanças socioeconômicas em todos os municípios”, esclareceu o secretário.
O pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e consultor da CGEE, Sérgio Kelner, afirma que já há muitas informações recolhidas e, portanto, já é possível observar os gargalos que comprometem o Plano, como os da área de infraestrutura, importantes para realizar o crescimento econômico da região.
Um dado apontado pelo pesquisador é a dependência dos programas de transferência de renda em muitos municípios avaliados, chegando em alguns a representar cerca de 60% do PIB municipal. Sérgio Kelner destacou como uma questão positiva para a implantação do PDE para o Xingó a presença das Universidades Federal e Estadual naquela região.
Como idealizador e fonte de dados, o economista e professor polonês Ignacy Sachs, esteve em Alagoas no início desta semana e contribui para a discussão e indicação de ações na sub-região. Para ele, a problemática de Xingó deve ser defendida pelos quatro estados vinculados geograficamente diante do governo federal.
“O semiárido com água vira uma região de forte produção agrária. Deveriam ter a ambição de construir parceria com outros países, já que a geografia no mundo passa pelo compartilhar biomas e o aproveitamento dos recursos renováveis do semiárido”, defendeu o economista.
A superintendente de Desenvolvimento Regional e Setorial da Seplande, Alyne Vieira, explica que a metodologia entre a equipe técnica da Secretaria e do CGEE é de realizar visitas e conhecer a realidade local sobre temas diversos, como educação, saúde, potencial econômico, gargalos estruturais. Além de atores públicos, Alyne Vieira esclarece que também foram realizadas entrevistas com formadores de opinião representativos para o Estado de Alagoas, como economistas e especialistas e o próprio governador Teotonio Vilela Filho.
Finalizada a fase de visitas, com expectativa de conclusão brevemente, os dados recolhidos serão copilados para serem expostos e transformados em formato de mapeamento estratégico. Até o final do mês de julho serão realizados três workshops com a presença de todos os atores envolvidos – governos estadual, federal e municipal -, sendo a primeira oportunidade para apresentação do plano e as duas outras para direcionamento dos parceiros federais e internacionais quanto à captação de recursos.
