segunda-feira, 9 de maio de 2011

Estado define novas estratégias para ajudar municípios inundados

Nesta terça-feira, caminhões com kits de medicamentos seguem para os municípios afetados pelas chuvas

Valdice Gomes

Reunião define ações nos municípios afetados pelas chuvas
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), por meio da Diretoria de Atenção Farmacêutica (DAF), enviará nesta terça-feira (10), para os municípios atingidos pelas chuvas que estão em situação de emergência, kits com 30 itens de medicamentos para verminose, hipertensão, diabetes, diarreia, desidratação, vômito, além de antibióticos para infecções diversas; soro oral, venoso e 20 correlatos, sendo material para curativos, administração de medicamentos, proteção individual e outros. A Sesau também distribuirá soro antiofídico para socorrer vítimas de picadas de animais peçonhentos, comuns em época pós-cheias.

Dois caminhões sairão com os medicamentos às 6h, da sede do Lifal, no Distrito Industrial, sendo que um seguirá para os municípios de Colônia Leopoldina, Novo Lino, Jundiá, Campestre e Jacuípe, enquanto o outro vai a Paripueira, São Luiz de Quitunde, São Miguel dos Milagres, Porto de Pedras e Japaratinga. A informação foi passada pelo superintendente Estadual de Atenção à Saúde, Vanilo Soares, durante reunião de avaliação das ações desenvolvidas nos municípios atingidos pelo desastre natural, realizada nesta segunda-feira, no auditório da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico.

A reunião foi aberta pelo secretário de Estado da Saúde, Alexandre Toledo, que considerou positivas as ações do governo do Estado para dar resposta aos municípios afetados pelo temporal. “O governo teve ação rápida desde o primeiro dia de chuva, mostrando agilidade na resolução dos problemas, inclusive com o governador Teotonio Vilela visitando todas as localidades atingidas para ver de perto os estragos e as necessidades imediatas”, relatou o secretário, acrescentando que a Sesau disponibilizou veículos para a Defesa Civil e acionou o Samu para os disparos de ocorrência.

Vanilo Soares destacou que, apesar das dificuldades e do grande número de desalojados e desabrigados, não houve registro de óbito por decorrência direta das chuvas e nem aumento das necessidades de atendimento por parte do Samu. No entanto, alertou para a necessidade de se garantir os serviços de atenção básica nos municípios afetados, sobretudo nos locais que estão servindo de abrigo para os desabrigados e desalojados, no sentido de evitar o surgimento de doenças respiratórias e de veiculação hídrica, entre elas a diarreia, que é a que mais acomete as populações atingidas. “Nós podemos, de forma organizada, reestruturar para melhor atender essas populações”, afirmou.

“É preciso que as equipes de saúde dos municípios coloquem os abrigos nas ações de rotina de trabalho. Ter atenção especial para a saúde mental e fazer ações integradas com outros órgãos que tratem da limpeza, educação, assistência entre outros serviços”, reforçou a diretora de Atenção Básica, Myrna Pimentel Villas-Bôas, lembrando que a gestão do município deve estar presente. Para isso é importante que os prefeitos reúnam todos seus secretários para que se engajem nas ações. 

O representante da Defesa Civil Estadual, tenente-coronel Romeiro, lembrou que o governo do Estado adquiriu 50 mil quilos de alimentos, além de água e colchões que já foram distribuídos com os municípios. No entanto, alertou que a previsão para os próximos dois meses ainda é de muita chuva em Alagoas. “A demanda é grande porque recebemos pedidos de 12 municípios, mas reforçamos o efetivo no quartel instalado em Maragogi e conseguimos dar uma resposta”, avaliou, acrescentando que para realizar o trabalho foi decisivo o apoio da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA).

Ações - Ainda com relação às ações desenvolvidas pela Sesau, houve distribuição de hipoclorito, intensificação do monitoramento da qualidade da água e da vigilância epidemiológica das doenças respiratórias e  transmitidas por água e alimentos; a disponibilização de kits de medicamentos básicos e a instituição da notificação imediata ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância à Saúde (Cievs) para agravos de transmissão, hídrica, respiratória e por vetores.

Segundo a superintendente de Vigilância à Saúde da Sesau, Sandra Canuto, é necessário montar um plano de preparação e resposta do Sistema Único de Saúde (SUS) frente aos desastres naturais associados a inundações. Ou seja, um conjunto de ações orientadas para facilitar o planejamento e organização de respostas que servirá para melhorar a capacidade do município de enfrentar os prováveis efeitos que os desastres podem causar.  Nesse sentido, a equipe da Superintendência garantiu dar apoio técnico para a elaboração do plano municipal. Ficou definida uma reunião na próxima sexta-feira (13), às 9h, na Sesau, com os secretários de Saúde dos municípios atingidos e técnicos dos municípios. 

Prevenção – No âmbito de proteção para a população, a equipe técnica da Superintendência de Vigilância à Saúde propôs aos municípios a realização de obras de contenção de enchentes, mudança no uso e ocupação do solo, além de não permitir a construção de casas em áreas ribeirinhas; limpeza constante dos rios e córregos e melhoria da drenagem urbana.